PORQUE EU SOU UM PROVIDENCIALISTA? Um testemunho Escriturístico, Confessional e Histórico - Prof. Edu Marques
Porque eu sou um Providencialista?
O providencialismo é a crença de que Deus é o verdadeiro protagonista e sujeito da história, e por isso tudo deve ser atribuído à providência divina. O homem é apenas seu objeto, um instrumento nas mãos de Deus. Este teria criado a ordem social e posicionado cada indivíduo em seu devido lugar. Foi uma forma de interpretação de mudanças naturais, políticas e sociais advinda de um período em que religioso e secular não eram claramente divididos.
A diferença entre o providencialismo e o cessacionismo está no conceito de Dom. Para o providencialista não existe a ideia, nem bíblica, nem hoje, de que há um dom de cura que fosse usado a qualquer momento. O dom de cura sempre foi temporário, pois era uma graça que Deus concedia no momento da cura. Esse dom, nunca cessou, mas Deus opera em quem quiser, quando quiser. Já o dom de línguas ininteligíveis nunca existiu, mas existe hoje, ainda, o dom de idiomas.
O Providencialista, também acredita que embora a revelação especial cessou (revelação verbal histórica-redentiva) ou seja, Deus não revela mais os fundamentos do cristianismo, essa revelação está contida nas Escrituras, isso não implica em uma cessação revelacional de Deus para edificação da Igreja. Ou seja, Deus continua se revelando ao povo não de forma fundacional mas de forma de edificação, quando ele assim desejar.
O Segundo Livro de Disciplina, ratificado pela Igreja da Escócia em 1578, contém a seguinte declaração, a respeito dos oficiais extraordinários da Igreja:
“Algumas dessas funções eclesiásticas são ordinárias, e algumas são extraordinárias ou temporárias. Existem três funções extraordinárias: o ofício do apóstolo, do evangelista, e o de profeta, que não são perpétuos, e agora cessaram na Igreja Nacional da Escócia, ‘exceto’ quando Deus extraordinariamente se agradar em os persuadir novamente por um tempo. Existem quatro funções ordinárias ou ofícios na Igreja Nacional da Escócia: o ofício de pastor, ministro ou bispo; o doutor; o presbítero ou ancião; e o diácono.”
(The First and Second Books of Discipline, Dallas: Presbyterian Publications, 1993; Second Book of Discipline, Chapter 2, Of the Parts of the Policy of the Kirk, and Persons or Office-Bearers to Whom the Administration Thereof is Committed, pp. 127-28, ênfases acrescentadas).
A Forma de Governo da Igreja Presbiteriana declara:
“Dos oficiais que Cristo designou para a edificação de sua igreja, e perfeição dos santos, alguns são extraordinários, como os apóstolos, evangelistas, e profetas, que já cessaram. Outros são regulares e perpétuos, como pastores, mestres, e outros líderes da igreja, e os diáconos.” (The Form of Presbyterial Church Government, in the Confession of Faith; the Larger and Shorter Catechisms, etc, Inverness: Publications Committe of the Free Presbyterian Church of Scotland, 1976; p. 398, ênfase acrescentada).
A Assembleia Geral da Igreja da Escócia, 10 de Fevereiro, 1645, Sessão 16, afirma que os Livros de Disciplina são uma parte de suporte na uniformidade pactual juramentada a ser respeitada na National and Solemn League and Covenant.
A Assembleia Geral sendo mais solícita e desejosa, não somente pelo estabelecimento e preservação da forma de Governo da Igreja da Escócia nesse reino segundo a Palavra de Deus, os livros de Disciplina, os Atos das Assembleias Gerais, e a Aliança Nacional, mas também pela uniformidade no Governo da Igreja da Escócia entre esses dois reinos, agora mais forte e diretamente unido pela última Liga Solene e Pacto… (The Acts of the General Assemblies of the Church of Scotland, 1638-1649 inclusive, p. 259, ênfase acrescentada).
Além disso, nosso Termos de Comunhão também nos permite afirmar tanto o Primeiro e Segundo Livros de Disciplina e a Forma de Governo da Igreja como autoritativo e concordante com a Palavra de Deus. O Termo de Comunhão nº 3 declara:
“Que o Governo da Igreja Presbiteriana e a forma de culto são sozinhos de direito divino e inalterável; e que o mais perfeito desses modelos já alcançado, é exposto na forma de Governo e no Diretório para o Culto, adotado pela Igreja da Escócia na Segunda Reforma.”
O Termo nº4 declara:
“Que o pacto público e social é uma ordem de Deus, obrigatório nas igrejas e nações debaixo do Novo Testamento; que o Pacto Nacional e a Liga Solene são uma exemplificação dessa instituição divina; e que esses Escritos são de contínua obrigação sobre a pessoa moral; e em conformidade a isso, que a Renovação desses Pactos em Auchensaugh, Escócia, 1712 foi de acordo com a Palavra de Deus.”
Todos estes documentos são citados para provar que nós devemos atentar-nos que (como parte de nosso pacto uniforme), “Essas são funções extraordinárias: o ofício de apóstolo, de evangelista, e de profeta, que não são perpétuos, e que agora cessaram na Igreja de Deus na Escócia, exceto quando ele (Deus) extraordinariamente se agradar em os persuadir novamente por um tempo.
GEORGE GILLESPIE, MINISTRO PRESBITERIANO SOBRE OS PROFETAS E AS PROFECIAS DEVEM CONTINUAR NA IGREJA
Há três opiniões sobre esses profetas mencionados pelo apóstolo:
1. Que eles não tiveram inspirações extraordinárias e imediatas do Espírito, nem ainda eram ministros comuns chamados para o ofício de Ensino, mas os membros da Igreja fora do ofício, tendo dons de interpretação das Escrituras, para a edificação, instrução e conforto da Igreja, e, portanto, são tomados para a pregação ou profecia de membros da Igreja que são bem dotados, não sendo Ministros nem pretendendo o Ministério.
2. Que esses Profetas eram oficiais da Igreja, e não são apenas mestres ou intérpretes comuns das Escrituras na Igreja: sem excluir os filhos dos profetas, ou examinados na sua assembleia para exercer seus dons na pregação em certas ocasiões e para crescimento de seus dons, ou do seu aumento, ainda não me lembro de nenhum lugar no Novo Testamento, onde os pastores comuns devem profetizar, exceto Apoc: 11.3 onde não obstante, a profecia é atribuída a eles em nenhum outro sentido, do que o trabalho de milagres.”
3. Que eram profetas extraordinários, imediatamente e extraordinariamente inspirados pelo Espírito Santo; e que sejam contados entre essas outras administrações que não deveriam continuar, por não serem comuns na Igreja [...] Conheço muitos escritores protestantes de muito boa erudição, que são da segunda opinião. Mas com todo o devido respeito: EU TENHO A TERCEIRA OPINIÃO DE QUE OS PROFETAS ERAM EXTRAORDINÁRIOS.
Havia outros profetas do mesmo tipo com Ágabo, pois corre o Texto, Atos 11. 27, 28b [...] A menos que entendamos que aqueles profetas que Cristo deu à Igreja, 1Cor.12.28. e o cap.14; Efes:4.11; terem sido extraordinariamente inspirados pelo Espírito Santo, então não poderemos provar nas Escrituras, que Cristo deu à Igreja do Novo Testamento, qualquer profeta extraordinário para prever as coisas vindouras. MAS É CERTO QUE CRISTO DEUS TAIS PROFETAS EXTRAORDINÁRIOS À IGREJA DO NOVO TESTAMENTO, COMO ÁGABO E AS FILHAS DE FILIPE.
Eusébio nos diz que HAVIA TAIS PROFETAS NA IGREJA EM SEU TEMPO, ATÉ NOS DIAS DE JUSTINO MÁRTIR; que nós também temos do próprio Justino.
E agora tendo a ocasião, devo dizer isso para a glória de Deus, que havia na Igreja da Escócia, ambos no tempo de nossa primeira Reforma e, depois dessa Reforma, homens tão extraordinários, que eram mais do que Pastores e Mestres comuns, profetas consagrados RECEBENDO REVELAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS DE DEUS e pregando diversas coisas estranhas e notáveis, que, portanto, VIERAM ACONTECER PONTUALMENTE, para a grande admiração de todos os que conheciam os detalhes, como o Sr. Wishart, o Mártir, o Sr. Knox, o Reformador; também o Sr. John Welsh, o Sr. John Davidson, o Sr. Robert Bruce, o Sr. Alexander Simson, o Sr. Fergusson,e outros: seria muito longo para fazer uma narração aqui de todos esses detalhes, e há muitos deles estupendos, que dar exemplo em alguns, pode parecer se esquecer dos outros. Mas se Deus me der a oportunidade, pensarei que vale a pena fazer uma coleção dessas coisas: enquanto isso, embora tais Profetas sejam extraordinários, e raramente sejam ressuscitados na Igreja, ainda assim tem sido: eu ouso dizer, não apenas nos tempos primitivos, mas entre os nossos primeiros Reformadores e muitos outros. E sobre o que as Escrituras nos ensinam sobre os tais profetas extraordinários. Se não, somente alguns irmãos profetas que aplicam as Escrituras, ou somente membros da Igreja dotados deste dom.
A Treatise of Miscellany Questions: WHEREIN MANY USEFULL QUESTIONS AND CASES OF CONSCIENCE ARE DISCUSSED AND RESOLVED: FOR THE SATISFACTION OF THOSE, WHO DESIRE NOTHING MORE, THEN TO SEARCH FOR AND FINDE OUT PRECIOUS TRUTHS, IN THE CONTROVERSIES OF THESE TIMES.by George Gillespie, late Minister at Edinburgh.
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