ESTUDO XVIII - A ASSEMBLEIA DE WESTMINSTER - 1643

 

 

1643 d.C.

A Igreja da Aliança tem uma grande dívida com a Assembleia de Westminster por suas magníficas contribuições à religião reformada. Igrejas Presbiterianas de todos os tipos colheram ricas colheitas das sementes semeadas por esta Assembleia.

Nada contribuiu mais, com exceção das Alianças, para dar à Igreja da Aliança decisão, estabilidade, permanência, vigor e força inabalável do que as fórmulas superlativas da verdade produzidas por esta ilustre Assembleia. Nossa herança, recebida de suas mãos, deve despertar nossa admiração por esses homens e nosso interesse em seu trabalho.

ORIGEM

Esta Assembleia surgiu em tempos peculiares e com um propósito notável. A Inglaterra foi levada ao desespero pelo despotismo do Rei Carlos. Como rei daquela nação e chefe da Igreja Episcopal, ele tentou sufocar a liberdade e conquistar a consciência. Ele entrou em conflito com seu parlamento em Londres. Um grande despertar se espalhou repentinamente por toda a Inglaterra. Novas ideias de vida eletrizaram o povo, que se ergueu na majestade de seus direitos inalienáveis de realizar seus ideais. A ação e a reação tornaram-se terríveis. O rei e o parlamento convocaram seus exércitos uns contra os outros. A Inglaterra mergulhou em uma terrível guerra civil. O parlamento, percebendo que o episcopado era o baluarte da tirania do rei e hostil aos interesses do povo, tentou abolir esse sistema de governo da Igreja. Mas esse ato destrutivo exigiu um trabalho construtivo. Assim, o parlamento, por meio de uma portaria, criou uma Assembleia para estabelecer o Governo e a Liturgia da Igreja da Inglaterra.

CARÁTER DOS MEMBROS

A portaria previa uma Assembleia de "teólogos eruditos, piedosos e judiciosos". Milton, embora não simpatizasse com o trabalho deles, chamou-a de "A Assembleia Seleta". Baxter, outro contemporâneo desaprovador, disse: "que, em sua opinião, o mundo, desde os dias dos apóstolos, nunca teve um Sínodo de teólogos mais excelentes do que este e o Sínodo de Dort". Evidências abundantes certificam que, naqueles dias, no Westminster Hall, observava-se uma rara combinação de talento nato, erudição clássica, consciência santificada, iluminação espiritual e devoção à verdade revelada na Palavra de Deus.

COMPOSIÇÃO

O número total de membros era de 174, dos quais 142 eram ministros e 32, presbíteros. Desse número, quatro ministros e dois presbíteros eram comissários da Escócia. A delegação escocesa de teólogos eram homens poderosos nas Escrituras e poderosos no debate. Sua influência em tornar as verdades das Escrituras claras e, assim, direcionar a Assembleia para conclusões corretas foi profundamente sentida e cordialmente reconhecida. Recusaram-se a participar como membros regulares da Assembleia, contentando-se com a posição mais humilde de membros consultivos. Não se tornariam, por incorporação, responsáveis, pessoal ou representativamente, pelos resultados de uma Assembleia selecionada e erigida pelo parlamento. Esses ministros escoceses formam uma constelação brilhante; que seus nomes sejam escritos em letras maiúsculas:

ALEXANDER HENDERSON ROBERT BAILLIE

SAMUEL RUTHERFORD GEORGE GILLESPIE

"E os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente." Os anciãos escoceses eram John Maitland e Archibald Johnston. Maitland, anos depois, renunciou ao Pacto e tornou-se um poderoso inimigo dos Pactários.

ORGANIZAÇÃO

A Assembleia reuniu-se conforme a convocação, em 1º de julho de 1643, na Igreja de Westminster. O Dr. William Twisse, Presidente, pregou o sermão de abertura baseado na preciosa promessa de Cristo: "Não vos deixarei órfãos". Essas palavras soaram como maçãs de ouro em salvas de prata, naqueles dias de dolorosa distração. Uma semana depois, eles se encontraram novamente, quando o juramento foi administrado a todos os membros presentes, com as seguintes palavras:

"Eu, ____________, protesto séria e solenemente, na presença de Deus Todo-Poderoso, que nesta Assembleia, da qual sou membro, não sustentarei nada em questões de doutrina, exceto o que penso em minha consciência ser verdade; nem em termos de disciplina, senão o que eu conceber conduzir mais à glória de Deus e ao bem e à paz de Sua Igreja."

Este juramento era lido todas as segundas-feiras de manhã para refrescar a memória e reavivar a consciência. Esses homens estavam trabalhando pelo Reino de Cristo, na presença do grande Trono branco; seu brilho resplandecia constantemente em seus olhos.

A OBRA

A obra à qual a Assembleia dedicou sua atenção, conforme especificado pelo parlamento, era: "(1) Uma Confissão de Fé, (2) Um Catecismo, (3) Uma Plataforma de Governo, (4) Um Diretório para todas as Partes do Culto Público."

A Confissão de Fé: A primeira tentativa foi revisar o antigo credo da Igreja da Inglaterra. Isso foi abandonado no Décimo Quinto Artigo. Uma Nova Confissão foi então preparada com Trinta e Três Artigos, todos os quais são pilares da verdade, cada um deles ponderoso, polido e precioso, revelando a pedreira de onde foram escavados, e a habilidade dos operários que os esculpiram. Henderson recebeu a honra de preparar o primeiro rascunho.

Os Catecismos: O Catecismo Menor foi preparado como um resumo da instrução bíblica, apelando ao coração e à memória, mesmo por sua construção literária e elegância, para alojar-se neles. Esta corrente de ouro é um ornamento de graça que deve ser usado por todos os filhos e filhas da Aliança. Rutherford parece ter sido o escritor original. O Catecismo Maior é uma expansão do Menor.

A Forma de Governo da Igreja: O direito divino do presbiterianismo gerou muita discussão. A adoção deste princípio foi um golpe mortal na teoria do Episcopado — fileiras oficiais, nível acima de nível, em forma piramidal, com o povo na base da pirâmide. Igual autoridade dos ministros na administração do Evangelho de Cristo e igual autoridade dos ministros e presbíteros na administração do governo na Casa de Deus — estas foram as grandes verdades anunciadas pela Assembleia com clareza e solenidade, como a voz de Deus falando nas Sagradas Escrituras.

O Diretório para o Culto Público: Este Diretório substituiu a Liturgia. A Liturgia havia sido condenada por "dar encorajamento a um ministério ocioso e pouco edificante, que havia escolhido limitar-se a formas feitas por suas mãos, em vez de se dedicar ao dom da oração, que nosso Salvador fornece a todos aqueles que Ele chama para esse ofício". Surgiu uma discussão acalorada sobre o modo de receber a Ceia do Senhor. "Os comungantes sentados em ordem e com seriedade ao redor da mesa", foi a expressão adotada. Mesas sucessivas receberam sanção dessa expressão.

SALMODIA

Sir Francis Rouse, membro do Parlamento Inglês, havia produzido recentemente sua Versão Métrica dos Salmos. Era fresca, perfumada e muito admirada. A Assembleia, após cuidadosa revisão, adotou-a. Cinco anos depois, tendo passado pela fornalha purificadora da revisão pelas mãos da Assembleia Geral da Escócia, foi autorizada como "A única paráfrase dos Salmos de Davi a ser cantada na Igreja da Escócia". A Nova Versão substituiu a Antiga e assumiu seu lugar no culto divino em 1º de maio de 1650, dia designado para sua introdução pela Assembleia.

CONCLUSÃO

A Assembleia de Westminster reuniu-se em 1º de julho de 1643 e encerrou suas atividades em 22 de fevereiro de 1649, abrangendo 5 anos, 6 meses e 22 dias, tendo realizado 1.163 sessões. Reuniam-se às nove horas da manhã e permaneciam até as três da tarde. Cada membro recebia quatro xelins por dia e era multado em um xelim por ausência. Mantinham um jejum solene mensal, no qual ocasionalmente uma única oração durava duas horas. Esses homens sabiam orar. Eles se absorviam em oração e conversavam com Deus enquanto Ele os fortalecia para permanecerem em Sua presença e receberem Sua resposta.

Assim era a famosa Assembleia dos Teólogos de Westminster. A magnitude de seu trabalho jamais poderá ser mensurada. Sua edificação é imperecível. A familiaridade com esses manuais de doutrina aprofundará, ampliará, fortalecerá e exaltará a mente humana. Aqui, a verdade de Cristo se manifesta na simetria, significância, magnitude e onipotência de um sistema completo. Uma verdade pode nos levar ao céu, mas o sistema de verdades entesourado no coração nos trará o céu. Vamos estudar o sistema.

Comentários