Uma Palavra de Boas-Vindas
Irmão em Cristo,
É com imensa alegria e gratidão a Deus que recebemos você como membro oficial da Igreja Presbiteriana de Confissão Reformada. Este não é um passo formal, mas um marco espiritual significativo, o ingresso em uma família pactuante, unida pelo sangue de Cristo e por uma confissão comum de fé.
Ao ler este documento, você está segurando mais do que um simples manual; está segurando uma declaração de quem somos, no que cremos e como nos esforçamos para viver como comunidade de Cristo. Estas páginas foram preparadas com amor e cuidado para que você compreenda profundamente o terreno sagrado sobre o qual esta igreja está edificada: a Rocha inabalável das Escrituras e o legado fiel dos santos que nos precederam.
Aqui, você encontrará não um conjunto de regras áridas, mas os contornos de uma comunidade viva, que busca glorificar a Deus em todas as coisas. Você descobrirá uma família que valoriza a doutrina sólida, o culto reverente, a vida piedosa e o cuidado mútuo. Você foi recebido(a) por uma igreja que ora por você, que se importa com o seu crescimento em graça e que caminhará ao seu lado, encorajando-o(a) e exortando-o(a) em amor.
Este é o seu novo lar espiritual. Um lugar para servir e ser servido. Um lugar para aprender e para ensinar. Um lugar para chorar e para celebrar. Acima de tudo, um lugar para encontrarmos juntos a Cristo, semana após semana, e sermos transformados à Sua imagem.
Que o Senhor abençoe ricamente sua vida nesta jornada entre nós. Que você se sinta profundamente enraizado(a) no amor de Deus e na comunhão dos santos. E que, juntos, possamos prosseguir em fidelidade, até que nosso Rei volte ou nos chame para Si.
Seja extremamente bem-vindo(a) à família!
Com amor em Cristo,
O Conselho de Presbíteros
Igreja Presbiteriana de Confissão Reformada
Igreja Presbiteriana de Confissão Reformada:
Quem Somos e O Que Cremos
1. Quem Somos
A Igreja Presbiteriana de Confissão Reformada – IPCR, é uma comunidade de crentes fundamentada nas Escrituras Sagradas como nossa única regra de fé e prática. Somos uma igreja com uma forte ênfase na teologia reformada e pactuante, seguindo o modelo de governo presbiteriano e aderindo aos princípios da Reforma. Nossa fé e prática estão intimamente ligadas à tradição reformada e à doutrina da aliança, que nos ensina a viver em conformidade com os pactos de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
Somos Confessionais
Não nos guiamos por modismos ou opiniões humanas, mas pelas verdades reveladas na Escritura e confessadas historicamente pela Igreja Reformada. Aderimos às Confissões de Fé históricas (especialmente os Padrões de Westminster, de 1647), que expressam de forma clara e bíblica aquilo que a Igreja sempre creu. Ser confessional significa andar “na mesma fé” com os santos de todas as eras, unidos em torno da verdade do evangelho.
Somos Reformados
Nossa identidade está enraizada na Reforma Protestante do século XVI, quando homens como Lutero, Calvino e Knox restauraram o evangelho da graça e a centralidade da Escritura. Herdamos especialmente a tradição escocesa Covenanter (Pactuantes), que defenderam com as próprias vidas que Cristo é o único Rei e Cabeça da Igreja e da Nação. Ser reformado significa viver sob o lema da Reforma:
- Sola Scriptura – somente a Escritura;
- Sola Fide – somente a fé;
- Sola Gratia – somente a graça;
- Solus Christus – somente Cristo;
- Soli Deo Gloria – somente a Deus a glória.
Somos Aliancistas
Entendemos a vida cristã a partir da Aliança da Graça, revelada desde o Éden, cumprida em Cristo e aplicada a nós hoje. Isso significa que não somos apenas indivíduos crentes isolados, mas membros de uma comunidade pactual que caminha junta, em fidelidade ao Deus que fez conosco uma aliança eterna. O batismo dos nossos filhos é sinal de que Deus inclui famílias em Sua aliança, e a Ceia do Senhor é o banquete em que renovamos essa comunhão com Cristo.
Somos Presbiterianos
Nossa forma de governo segue o modelo apostólico e bíblico: a Igreja é conduzida por presbíteros (anciãos), homens chamados e ordenados por Deus e reconhecidos pela congregação. Há dois tipos de presbíteros:
· Docentes: chamados para pregar e ensinar a Palavra.
· Regentes: chamados para governar e zelar pelo rebanho.
Ambos governam juntos, em conselho, de modo representativo e colegiado, refletindo o princípio de que Cristo governa sua Igreja por meio de servos escolhidos, e não por decisões individuais ou imposições humanas.
Somos Presbiterianos Reformados (Covenantes – Pactuantes)
Não usamos o termo “presbiteriano” de modo genérico. Muitos que hoje se chamam presbiterianos já se afastaram das antigas veredas, da confissão reformada e do princípio regulador do culto. Nós, porém, somos presbiterianos reformados confessionais. Isso significa que:
· Mantemos firme a herança dos Covenanters escoceses, que juraram defender a coroa de Cristo sobre a Igreja e a Nação.
· Honramos as Confissões Reformadas (Escocesas de 1560 e 1581, Livros de Disciplina da Igreja da Escócia de 1560-1578, Pacto Nacional de 1638, Liga Solene de 1643 e os Padrões de Westminster de 1647).
· Rejeitamos tanto o liberalismo teológico quanto o pragmatismo moderno, que diluem a fé e corrompem a adoração.
· Buscamos viver como uma igreja santa, separada e fiel, que não abre mão do governo presbiteriano, do culto regulado pela Palavra e da aplicação do pacto da graça em toda a vida.
O que Subscrevemos
Símbolos de Fé Históricos
Nós subscrevemos, como herdeiros da tradição reformada escocesa e dos Covenanters:
- Confissão de Fé Escocesa (1560 e 1581).
- Primeiro e Segundo Livro de Disciplina da Igreja da Escócia.
- Pacto Nacional (1638).
- Liga Solene e Pactual (1643).
- Padrões de Westminster originais de 1647, que incluem:
- Confissão de Fé de Westminster.
- Catecismo Maior.
- Breve Catecismo.
- Forma de Governo da Igreja Presbiteriana.
- Diretório de Culto Público.
- Diretório de Culto Familiar.
- A Suma do Conhecimento Salvífico.
- O Saltério (para o cântico exclusivo dos salmos).
Esses documentos expressam de forma clara, bíblica e histórica a fé da Igreja Presbiteriana Reformada. Eles não substituem a Escritura, mas são sua fiel exposição.
Doutrinas Centrais
Nosso ensino, culto e vida eclesiástica se fundamentam em convicções específicas:
- Epistemologia: Revelação proposicional – a Bíblia é a Palavra infalível de Deus.
- Soteriologia: Calvinista (os Cinco Pontos do Calvinismo).
- Escatologia: Pós-milenista historicista – o Reino de Cristo avança na história até a consumação.
- Hermenêutica: Aliancista (pactual) e historicista.
- Eclesiologia: Princípio Regulador do Culto – só adoramos como Deus ordena.
- Sacramentos:
- Batismo por aspersão, incluindo infantes de crentes, como sinal da aliança.
- Ceia com a presença espiritual de Cristo.
- Dons: Cessacionistas não, Providencialistas sim – cremos que os dons extraordinários cessaram, mas o Espírito continua agindo. Dons: Providencialistas – cremos que os dons extraordinários cessaram, mas o Espírito continua agindo. Nossa posição quanto aos dons espirituais é melhor definida como Providencialista, um termo que vai além do mero "cessacionismo" e encapsula uma visão mais abrangente e soberana da atuação do Espírito Santo na história da Igreja. Acreditamos que os dons espirituais são manifestados pela Providência Divina e que são benção para a Igreja Fiel dentro de uma ortodoxia Pactuada.
A Distinção Fundamental: Dons Extraordinários x Providência Ordinária
A essência do providencialismo reside na compreensão de que Deus é o soberano protagonista de toda a história. Ele age providencialmente, governando todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade (Ef 1:11). Nesta visão, os chamados "dons extraordinários" (como os ofícios de apóstolo, profeta e evangelista, e os sinais miraculosos que os autenticavam) não eram habilidades permanentes concedidas a indivíduos, mas atos soberanos e pontuais da graça divina para um fim específico: o estabelecimento do fundamento da Igreja (Ef 2:20).
Os dons de cura e milagres, portanto, não eram "possessões" que um crente controlava, mas manifestações temporárias e situacionais do poder de Deus, operadas quando, como e em quem Ele quisesse, para autenticar a mensagem apostólica do Novo Testamento (Hb 2:3-4). Essas manifestações não cessaram no sentido de que Deus não pode mais realizá-las; pelo contrário, elas deixaram de ser necessárias como meio normativo de revelação, uma vez que o cânon das Escrituras foi fechado. Deus continua a agir curadora e miraculosamente hoje por Sua providência soberana, não através de um "dom de cura" delegado a homens.
O dom de línguas, conforme registrado no Novo Testamento, refere-se sempre à capacidade milagrosa de falar idiomas humanos reais e existentes (Atos 2:4-11) para a propagação do evangelho. As "línguas ininteligíveis" ou glossolalia extática, comuns em movimentos carismáticos modernos, não possuem base bíblica. O verdadeiro "dom de idiomas", no sentido de uma habilidade sobrenatural para pregar o evangelho em uma língua não aprendida, permanece como uma possibilidade à disposição da soberana vontade de Deus para ser usada providentialmente conforme Sua necessidade missional, mas não é uma experiência normativa ou controlável para a Igreja.
A Cessação dos Ofícios Extraordinários e a Continuidade da Revelação Edificadora
Nossa confissão está alinhada com os padrões históricos da Igreja Reformada da Escócia, que afirmam claramente a cessação dos ofícios extraordinários:
Conforme declarado no Segundo Livro de Disciplina (1578), ratificado pela Igreja da Escócia: "Algumas dessas funções eclesiásticas são ordinárias, e algumas são extraordinárias ou temporárias. Existem três funções extraordinárias: o ofício do apóstolo, do evangelista, e o de profeta, que não são perpétuos, e agora cessaram na Igreja de Deus na Escócia, ‘exceto’ quando Deus extraordinariamente se agradar em os persuadir novamente por um tempo."
A Forma de Governo da Igreja Presbiteriana, proveniente dos Padrões de Westminster, igualmente afirma: "Dos oficiais que Cristo designou para a edificação de sua igreja, e perfeição dos santos, alguns são extraordinários, como os apóstolos, evangelistas, e profetas, que já cessaram. Outros são regulares e perpétuos, como pastores, mestres, e outros líderes da igreja, e os diáconos."
Isso significa que a Revelação Especial fundacional – aquela que comunica os fundamentos da fé e da doutrina redentiva – está completa e finalizada nas Sagradas Escrituras. Não esperamos novas doutrinas ou mandamentos.
No entanto, isso não implica em uma cessação total da comunicação divina. O Espírito Santo continua a agir poderosamente, iluminando o entendimento dos crentes para aplicarem a Verdade das Escrituras às suas vidas particulares e contextos específicos (Jo 16:13), convencendo-os do pecado, e confortando-os em suas aflições. Esta é uma obra contínua de revelação edificadora (não fundacional), conduzindo a Igreja a uma compreensão cada vez mais profunda e uma aplicação mais fiel da Palavra já revelada.
Conclusão: Soberania Divina e Meios Ordinários
Portanto, ser Providencialista é:
1. Afirmar a soberania absoluta de Deus, que age quando e como Lhe apraz, sem estar limitado a dons permanentes em indivíduos.
2. Crer que os meios extraordinários (milagres, línguas, profecias de fundação) cumpriram seu propósito na era apostólica e não são a norma para hoje.
3. Concentrar-se nos meios ordinários de graça que Deus prometeu abençoar perpetuamente: a pregação fiel da Palavra, a administração correta dos sacramentos e a oração fervorosa.
4. Manter-se aberto à soberania de Deus, reconhecendo que Ele, em Sua liberdade e para Seus propósitos missológicos ou de misericórdia, pode, se Lhe aprouver, intervir de forma extraordinária em qualquer momento, sem que isso reinicie uma era de dons contínuos ou ofícios extraordinários.
Em resumo, cremos que o Espírito Santo age poderosamente hoje, não através de dons espetaculares controlados por homens, mas através da aplicação soberana da Palavra de Cristo aos corações, pelo convencimento de pecado, pela regeneração dos eleitos e pela santificação contínua do Seu povo, tudo para a glória de Deus Pai.
- Ética: Lei moral de Deus como norma para a vida cristã.
- Política: Establishment Principle – Cristo é Rei não apenas da Igreja, mas de todas as nações; o Estado deve reconhecer a lei de Deus.
- Apologética: Pressuposicionalismo-Escrituralista.
Em resumo, a IPCR é uma igreja confessional, reformada, pactuante e presbiteriana. Isso significa que nossa identidade está ancorada na Escritura, moldada pela Reforma, marcada pela Aliança da Graça e guiada por um governo bíblico, tendo Cristo como único Cabeça e Rei da Igreja.
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